Diretor de Split Fiction elogia parceria com EA apesar da má reputação da empresa no setor de jogos

Recentemente, o diretor Josef Fares, conhecido por seu trabalho em títulos como “A Way Out”, compartilhou suas impressões sobre a parceria com a Electronic Arts (EA) durante uma entrevista à revista PC Gamer. Embora a EA seja amplamente criticada por suas práticas comerciais, Fares defendeu a empresa, afirmando que sua experiência de colaboração tem sido positiva, mesmo que muitos não o acreditem. Esta conversa atraiu a atenção do público e da mídia, levantando questões sobre a reputação da EA e o potencial de uma nova mentalidade na indústria dos games.

Fundada em 1982, a Electronic Arts se destacou como uma das maiores editoras de jogos do mundo. No entanto, ao longo dos anos, a empresa ganhou uma imagem negativa, especialmente após receber o prêmio de “Pior Companhia da América” em duas ocasiões, conforme relatado pela Consumerist. Muitas críticas se concentram nas microtransações abusivas e na gestão de estúdios renomados, como a BioWare, que, com alguns de seus jogos, não corresponderam às expectativas dos fãs. A desconfiança em relação à EA também foi intensificada por práticas como a venda de passes online e conteúdos adicionais, que muitos jogadores consideram desleais.

Joseph Fares, no entanto, expressou uma perspectiva diferenciada sobre a relação com a EA. Em suas palavras, “Para algum motivo, as pessoas gostam de odiar a EA; eu não sei por quê”. Ele colocou em questão a animosidade generalizada e destacou que a colaboração com a EA foi marcada por um suporte “super” efetivo e encorajador para sua equipe, a Hazelight Studios. Segundo ele, “não tenho nada de ruim a dizer sobre eles”. Essa afirmação, que à primeira vista pode parecer contraditória ao que se ouve usualmente no setor, levanta a curiosidade sobre como uma editora pode trabalhar de maneira construtiva com os desenvolvedores.

Durante a entrevista, Fares abordou também a questão mais ampla do capitalismo e seus impactos na indústria de videogames. Ele argumentou que a pressão incessante para gerar lucro pode conduzir a decisões prejudiciais e a inovações que não atendem as expectativas dos jogadores. “O problema com toda a ideia capitalista é que você precisa fazer mais, mais e mais dinheiro”, explicou. Essa busca incessante pode resultar em más decisões que não favorecem nem os consumidores nem os desenvolvedores, mas sim os acionistas.

Fares não apenas criticou as forças econômicas que moldam a indústria, mas também apresentou um exemplo positivo que contradiz essa narrativa: “Quando você tem um grande jogo, estamos vendo isso com Split Fiction, um jogo feito apenas por paixão, um jogo onde você não precisa comprar duas cópias, um jogo que não tem microtransações”. Ele usou o sucesso de Split Fiction como um argumento para ressaltar que as boas práticas podem resultar em retornos financeiros positivos, visto que os jogadores estão dispostos a pagar por experiências que são genuinamente satisfatórias.

O jogo, que combina um roteiro envolvente com mecânicas de cooperação inovadoras, emergiu como um sucesso multi-métrico, provando que existe um espaço para obras criadas com integridade em um mercado saturado de práticas problemáticas. Fares expressou esperança de que essa bem-sucedida colaboração inspire outras editoras a repensar suas abordagens e a desenvolvimento de jogos com uma mentalidade que priorize a experiência do jogador sobre a mera busca pelo lucro.

Por fim, Fares também mencionou que a EA não interfere no processo criativo da Hazelight, permitindo que os desenvolvedores explorem suas ideias livremente. Ele reconheceu que “nenhuma editora é perfeita”, afirmando que todos erram ocasionalmente. Porém, enfatizou que a disposição da EA em aprender com seus erros e fornecer um ambiente criativo favorável ao desenvolvimento de títulos como Split Fiction fala muito sobre a evolução da empresa e sua relevância futura na indústria.

Enquanto a história da Electronic Arts continua a ser escrita, as palavras de Josef Fares podem ser um sinal de que a indústria está navegando em direção a um futuro onde a criatividade e a experiência do jogador são priorizadas, oferecendo esperança a desenvolvedores e jogadores em todo o mundo. Isso nos leva a refletir: será que a narrativa negativa em torno da EA pode ser transformada em uma oportunidade de redenção e inovação na indústria dos videogames?

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