Arresto na China: Operador De Site Pirata Zzzfun É Detido Após Investigações da CODA
Na última sexta-feira, a Content Overseas Distribution Association (CODA) do Japão trouxe à tona uma importante notícia com repercussão global, ao anunciar que as autoridades chinesas, mais precisamente o Escritório de Segurança Pública de Shijiazhuang, prenderam um homem da província de Liaoning sob a acusação de administrar o site de pirataria Zzzfun. Essa plataforma é conhecida por violar as leis de copyright ao distribuir ilegalmente animes e outros conteúdos para usuários na China, tanto por meio de seu site quanto através de um aplicativo disponível.
A investigação em torno do suspeito culminou com a realização de uma busca em sua residência no dia 15 de outubro. Durante essa operação, foi revelado que o acusado operou o Zzzfun desde 2022, sendo responsável pelo upload de aproximadamente 1.800 episódios de anime, segundo informações das autoridades. Além de infringir direitos autorais, ele teria acumulado cerca de 330 mil RMB, o equivalente a aproximadamente 45 mil dólares americanos, por seus atos de pirataria.
A CODA, que tem um papel crucial na luta contra a pirataria em nível mundial e na promoção da distribuição internacional de conteúdos japoneses, já havia tomado medidas legais em maio passado. Na ocasião, a associação registrou uma queixa criminal junto ao Escritório de Segurança Pública da China, em nome de várias grandes empresas do setor, incluindo Aniplex, Kadokawa, King Records, Kodansha, Shogakukan, Square Enix, TV Tokyo, Toei Animation, TOHO, Nikkatsu, Happinet Phantom Studios, Fuji Television Network e Pony Canyon. Essas empresas se uniram à CODA no esforço para coibir a pirataria que afeta diretamente seus negócios e a indústria de entretenimento como um todo.
Este caso é apenas um entre muitos esforços recentes da CODA para lidar com a pirataria global. Em 26 de agosto, a organização havia revelado a descoberta e o fechamento de várias plataformas de pirataria de animes no Brasil. Graças a uma queixa criminal apresentada por uma empresa membro da CODA, sítios que ofereciam animes legendados em português e que barravam o acesso de endereços IP japoneses foram rapidamente desativados, como uma medida para proteger os direitos dos detentores de copyright no Japão.
A plataforma de notícias Torrent Freak também reportou em 27 de agosto a saída do ar de outros sites de pirataria, incluindo Fmovies e dois populares sites de animes, AnimeSuge e Aniwave, antes conhecido como 9anime. Um comunicado em posta no Reddit indicou que Aniwave havia se retirado de operação no final de agosto, enquanto usuários da plataforma relataram o mesmo para o AnimeSuge. Segundo o Torrent Freak, a versão original do Aniwave acumulava cerca de 170 milhões de visitas mensais antes de ser encerrada.
Nos dias que se seguiram às reportagens do Torrent Freak, a Aliança para Criatividade e Entretenimento (ACE) – um grupo antípirata baseado nos Estados Unidos – anunciou que colaborara com a polícia de Hanoi, no Vietnã, para eliminar o Fmovies e “numerosos outros sites de pirataria notórios”. O ACE revelou que a operação sediada em Hanoi, responsável pelo Fmovies, também gerenciava sites de pirataria associados, incluindo o Aniwave. Com base nos dados de visitas, o ACE estimou que as plataformas de pirataria relacionadas atraíam um total de quase 374 milhões de visitas mensais, somando mais de 6,7 bilhões de acessos entre janeiro de 2023 e junho de 2024.
Adicionalmente, outra frente de combate à pirataria foi aberta pela empresa californiana PCR Distributing, que, em 30 de agosto, processou o site de conteúdo adulto nHentai por violação de direitos autorais. A PCR Distributing, que atua sob a marca JAST USA, alegou que o nHentai distribui “milhares” de obras piratas, incluindo cinco obras registradas que pertencem à empresa. De acordo com a ação judicial, o nHentai não teria cumprido os avisos de retirada anteriores da DMCA e não se baseia em conteúdo gerado ou enviado por usuários. A denúncia ainda comentou que o nHentai registrou uma média de aproximadamente 79,38 milhões de visitantes mensais em julho de 2024, com os maiores mercados provenientes dos Estados Unidos e do Japão.
Os esforços da CODA e das instituições que lutam contra a pirataria refletem um crescente reconhecimento da importância de proteger a propriedade intelectual, especialmente em um mundo cada vez mais digital e interconectado. Com os avanços da tecnologia e a disseminação de conteúdo pela internet, é cada vez mais imprescindível que se respeitem as leis de direitos autorais, não apenas para garantir o retorno financeiro das produções, mas, sobretudo, para preservar a criatividade e a diversidade cultural que enriquecem a nossa sociedade.
Essa luta contra a pirataria é uma batalha contínua, e cada ação tomada, cada prisão efetuada, é uma vitória não apenas para as empresas de entretenimento, mas para todos os fãs e consumidores que desejam apoiar o conteúdo legal e de qualidade.